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quarta-feira, janeiro 12

Gritos calados.


Pai, sua guerreira está em tempo de guerra, me pegue no colo, me leva para casa, me conduza com teu amor, me cubra com teu manto sagrado. Nesse instante sou sua filha que me entrego em seus braços e peço cura e restauração. Peço controle, controle do que sinto e do que devo fazer. O senhor esta no controle, eis o único saber que nesse instante é significante.
Mas meu coração está em chamas.
Lágrimas escorrem pelo meu rosto, é eu sei, ninguem me disse que seria fácil. Escrevo mais para dar espaço ao ar para  penetrar em meus pulmões do que para simplesmente liberar a minha imaginação. Solidão? Cuidado? Mimo? Colo? Carência?
Já não sei mais a palavra que nesse instante me sufoca.
Escrevo como quem sofre por um amor perdido e por outro não vivido, escrevo como uma alma que pede cuidados e como um coração prestes a explodir.
Escrevo na fúria da solidão. Na calada da noite. Escrevo como quem pede socorro.
Ainda tenho presente alguns sentimentos que ensurdecem, que não me enobrecem e nem me engrandece, mais sim me enlouquece. Casa de repouso? Talvez seja a hora, mais sei que não é o que quero nem são as ordens dadas pelo meu Pai. A jornada é longa e ninguem disse que me sentiria acompanhada o tempo todo; mais ainda assim sei que estou, só que no momento não consigo sentir.
Sei que minha expectativas devem estar somente em ti, sei que devo encontrar a Paz em seu coração e sei ainda que devo me acariciar em seus braços e chorar em seu colo, sei que devo esperar de ti e somente de ti. Então a ti me entrego. A ti me rendo. A ti...somente a ti e por ti me levanto.
Escrevo com a fúria de um coração em chamas, mais escrevo com a paz de um coração que ama.
A forma como durmirei irá determinar as minhas ações futuras, durmirei como quem tenta sobreviver a mais uma luta, durmirei preenchendo meu vazio com tua palavra. Durmirei apenas como quem tenta encontrar Paz em meio a guerra. Durmirei como o sol que sempre se põe para que a lua brilhe e reine em seu céu escuro acompanhada sempre pelas estrelas e pelo olhar de sua menina.
Durmirei como quem tenta vencer seus confrontos e se levantar em meio as cinzas.
Podem me impedir de respirar, mais não me impedirão de continuar caminhando, pois o meu caminhar esta em ti.
Guerra...eis a guerra. Foi o que tanto pedi e agora arco com as consequências. Guerra é composta disso: Altos e baixos. Perdas e ganhos. Vidas e mortes.
Mas acima de tudo guerra é feita de enfrentar medos e vencer confrontos.
Aaahhhh.......

Escrevo como quem está recuperando a paz e a sensatez. Escrevo como quem volta escutar sua voz em meio inconstância de sentimentos. Escrevo como quem se renova a cada dia para encontrar o novo. Escrevo como quem abandona tudo por seu amor. Escrevo como sua seguidora, como sua guerreira e como sua filha. Que em meio o caos escuta sua voz dizendo:

Estou Aqui! Se ainda todos a abandonarem, eu sempre estarei aqui, se ainda assim se sentir sozinha, ponha a mão no seu coração, e saberás minha filha, que ele bate no mesmo ritmo que o meu. E aí me sentirás invadir seu coração, sua alma e seu Espirito, pois o teu corpo é o habitat do meu Espírito e ele habita em ti, minha pequena guerreira.


Pronto....
Escrevo agora como quem a casa torna, como quem o Pai escuta, como quem escuta Pai, como quem encontra a Paz.



Quanto maior você for, tanto mais de deve abaixar para encontrar graça diante do Senhor. (Eclesiástico 3,18)


O Senhor será um rochedo para o oprimido, um refúgio nos tempos de angústia. ( Salmo 9,10)



Nada sou se em ti não me encontrar. Nada sou se por ti não caminhar. Nada sou se sua voz não escutar. Nada, absolutamente nada sou se não estiver comigo.

Um comentário:

Unknown disse...

Tenho certeza que os maiores aprendizados vêm em meio às maiores lutas e momentos em que nossos olhos não podem contemplar nada além do Pai... infelizmente são nesses momentos em que se parece que tudo se vai, que todos se vão...

... as vezes para permanecer o que mais importante, todo o resto precisa ir...
ps: continuo te amando! rs